Thalles Candal: apresentação do projeto de tese sobre Carlos de Oliveira

Foto Thalles Candal

Em função do número de estudantes brasileiros em doutoramento sanduíche em cursos da FLUC associados às áreas de trabalho do IEB, nos próximos tempos irá ter lugar um número considerável de apresentações de projetos de doutoramento por estudantes brasileiros. As apresentações começam amanhã, dia 25 de setembro, pelas 14h, na sala do IEB, com Thalles Candal, pesquisador e aluno de doutoramento em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob orientação da Profa. Dra. Luciana dos Santos Salles. Possui graduação em Letras: Português e Literaturas de Língua Portuguesa e mestrado em Letras Vernáculas, com ênfase em Literatura Portuguesa, ambas também pela UFRJ. Encontra-se neste momento em Coimbra em Doutoramento Sanduíche (CAPES/PrInt) sob coorientação de Osvaldo Manuel Silvestre. Eis o resumo do projeto que Thalles Candal apresentará amanhã:

Carlos de Oliveira e os jogos do tempo

A tese em progresso busca investigar as dimensões do jogo na literatura de Carlos de Oliveira (escritor nascido em Belém do Pará), ressaltando a perspectiva lúdica como uma das leituras centrais para uma interpretação transversal de sua obra. A partir das teorias propostas, substancialmente, por Johan Huizinga, Roger Caillois e Vilém Flusser, que relacionam jogo, cultura e sociedade, traça-se a compreensão do jogo como parte fundamental da estrutura das relações e criações humanas. Tal estrutura lúdica foi apontada por alguma crítica, na maior parte das vezes pontualmente, como um dos pontos fulcrais da escrita de Oliveira, manifestados na temática dos jogos de sala e de poder, especialmente no romance Pequenos Burgueses; e nos jogos poéticos de arte combinatória, em que o movimento das palavras-peças pelos silêncios-espaços do poema ecoam o deslocamento dos textos pela própria obra no efeito de arquivo que o acesso ao espólio do autor dá a ver. Dos grãos de areia ao planetário, do fim do mundo aos velhos papéis, de Lavoisier a Malcolm Lowry. A leitura de Carlos de Oliveira é um convite ao jogo do tempo. Joguemos.

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