Sala do Instituto de Estudos Brasileiros/Universidade de Coimbra
17 e 18 de maio/2022
a partir de 12:30 (PT), 8:30 (BR)
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a partir de 12:30 (PT), 8:30 (BR)
Streaming ao vivo:
https://bit.ly/3yI5aso
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Proposição
“O Movimento Modernista”, conferência proferida por Mário de Andrade em 1942 e publicada em livro no mesmo ano (depois reunida em Aspectos da literatura brasileira), forma e informa o que se entende por “modernismo brasileiro”, constituindo mesmo a doxa da modernidade artística e literária do início do século XX no Brasil. É possível dizer que se trata de peça-chave da história, da historiografia, da mitologia e da mitografia do modernismo brasileiro. Além disso, o texto organiza um conjunto de critérios, já originalmente normativos, para a criação e avaliação de uma cultura nacional (com pretensão universalista). Sem que o texto seja explicitamente referido, seus argumentos principais estão sempre presentes tanto em manuais e em discursos normalizadores a respeito do modernismo brasileiro quanto em discursos críticos de reavaliação. Aliás, o texto inaugura a prática (apenas aparentemente paradoxal) da comemoração triunfalista do modernismo por meio de sua reavaliação crítica, o que pode ser observado agora em curso durante as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. O propósito desta performance é substituir esse jogo de cartas marcadas por um outro jogo. Um que faça com que o texto continue sendo repetido, mas agora com ruídos e deturpações. A ideia é instaurar artificialmente uma situação na qual o texto circule à deriva, em contraposição à sua normalização parafrástica. Inspirando-se em um dos Jogos de arte de Regina Silveira da década de 1970 (mais precisamente a ação Jogo do segredo – alterações em definições de arte, realizada em 1977 no MAC/USP), propõe-se um jogo de telefone sem fio com o texto integral da conferência de Mário.
“O Movimento Modernista”, conferência proferida por Mário de Andrade em 1942 e publicada em livro no mesmo ano (depois reunida em Aspectos da literatura brasileira), forma e informa o que se entende por “modernismo brasileiro”, constituindo mesmo a doxa da modernidade artística e literária do início do século XX no Brasil. É possível dizer que se trata de peça-chave da história, da historiografia, da mitologia e da mitografia do modernismo brasileiro. Além disso, o texto organiza um conjunto de critérios, já originalmente normativos, para a criação e avaliação de uma cultura nacional (com pretensão universalista). Sem que o texto seja explicitamente referido, seus argumentos principais estão sempre presentes tanto em manuais e em discursos normalizadores a respeito do modernismo brasileiro quanto em discursos críticos de reavaliação. Aliás, o texto inaugura a prática (apenas aparentemente paradoxal) da comemoração triunfalista do modernismo por meio de sua reavaliação crítica, o que pode ser observado agora em curso durante as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. O propósito desta performance é substituir esse jogo de cartas marcadas por um outro jogo. Um que faça com que o texto continue sendo repetido, mas agora com ruídos e deturpações. A ideia é instaurar artificialmente uma situação na qual o texto circule à deriva, em contraposição à sua normalização parafrástica. Inspirando-se em um dos Jogos de arte de Regina Silveira da década de 1970 (mais precisamente a ação Jogo do segredo – alterações em definições de arte, realizada em 1977 no MAC/USP), propõe-se um jogo de telefone sem fio com o texto integral da conferência de Mário.
Especificamente, propõe-se dispor quatro participantes (todos falantes nativos de português europeu e de preferência com pouca familiaridade com português brasileiro) na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de Coimbra. O primeiro deles ouvirá trechos do texto de Mário oralizados por um integrante do Grupo de Estudos da Deriva remotamente do Brasil e sussurrará para o participante seguinte o que ouviu, e assim sucessivamente até o último integrante do círculo. Este reportará o texto ouvido para outro membro do Grupo no Brasil, responsável por transcrever o texto resultante, que depois será publicado, em edição limitada, sob autoria do Grupo de Estudos da Deriva. Prevê-se, no futuro, a replicação da ação com participantes de outros contextos sociais e linguísticos para a produção de outras versões deturpadas do texto.
Concepção e realização
Grupo de Estudos da Deriva
Produção
Marcelo Moreschi
Carla Pinto
Thales Stefani
Keissy Carvelli
Apoio
Instituto de Estudos Brasileiros/Universidade de Coimbra
Vanessa Caspon
Ericson Cruz
Diogo Fernandes
Inês Marques
Márcia Gonçalves
Catarina Duarte
Carla Pinto
Luísa Batista
Cristiana Reis
Alícia Cardoso
Joana Freitas
Rebecca Battisti
Adriana Moreira
Catarina Ramos
Maria Inês Pichel
Mariana Rodrigues
Ericson Cruz
Diogo Fernandes
Inês Marques
Márcia Gonçalves
Catarina Duarte
Carla Pinto
Luísa Batista
Cristiana Reis
Alícia Cardoso
Joana Freitas
Rebecca Battisti
Adriana Moreira
Catarina Ramos
Maria Inês Pichel
Mariana Rodrigues