IluEstrada. Um itinerário com ilustradores brasileiros

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Na semana de 21 a 25 de novembro terá lugar na FLUC a IluEstrada. Um itinerário com ilustradores brasileiros. A iniciativa, uma proposta de Thales Estefani para o Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC, inclui uma exposição, pelo espaço de uma semana, do trabalho de seis ilustradores/as brasileiros/as residentes em Portugal no átrio do Teatro Paulo Quintela. Eis o texto de referência do evento:

A palavra escrita e a imagem pictórica nunca estiveram desassociadas; desde a origem das letras do alfabeto – por processos de simplificação de pequenos desenhos –, passando por manuscritos antigos repletos de iluminuras, aos livros ilustrados – infantis ou não – que estabeleceram diferentes relações multimodais através de técnicas desenvolvidas por artistas, designers e editores.

A ilustração brasileira é mundialmente reconhecida e apreciada. O Brasil já foi homenageado duas vezes na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, o evento mais importante do género no mundo, e muitos(as) ilustradores(as) brasileiros(as) já venceram diversos prémios internacionais. Mas as obras artísticas não viajam pelas várias partes do globo sozinhas.

O objetivo do IluEstrada é criar um caminho, um percurso para o encontro, entre ilustradores/as brasileiros/as e o Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É uma via de acesso que convida a todos/as os/as que quiserem nos acompanhar para compartilhar experiências e compreender melhor os processos de conceção e técnicas de realização de livros ilustrados – e não só.

A partir da metáfora de uma “BR” que cruza o Atlântico, trazemos a Coimbra artistas que compartilharão suas trajetórias, suas carreiras – em toda a polissemia das palavras –, contribuindo para fortalecer a presença das obras ilustradas no contexto da FLUC e difundir a sua importância à comunidade em geral.

No dia 25 os/as ilustradores/as em causa estarão presentes na sala do Instituto de Estudos Brasileiros para duas mesas-redondas:

10.45: Mesa-Redonda sobre “Ilustração e Literatura Infantojuvenil”.
Ilustradores: Alexandre Rampazo, Carlo Giovani e Yara Kono
Moderação: Jaqueline Conte

15.00: Mesa-Redonda sobre “Ilustração e Desdobramentos”.
Ilustradores: Renata Bueno, Najla Leroy e Evandro Renan
Moderação: Thales Estefani

A jornada abrirá com uma visita guiada pela exposição, entre as 10.00 e as 10.40.

Como se disse acima, a Iluestrada é uma proposta de Thales Estefani, estudante do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, responsável por toda a conceção do evento e autor também do cartaz.

O evento será presencial e serão distribuídos certificados de presença.

O Grafatório e Fernando Pessoa: uma apresentação

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Com sede em Londrina, Paraná, o Grafatório é, como se pode ler no seu site, “uma associação cultural sem fins lucrativos, baseada em Londrina. O coletivo reúne pesquisadores, designers, artistas visuais e outros profissionais ou amadores que se interessam pelo abrangente universo das artes gráficas.” O catálogo do Grafatório, no qual é difícil indicar um livro ou objeto não colecionável, mostra bem o propósito de dar um passo atrás em relação ao devir digital das artes gráficas, recuperando segmentos importantes da tradição da tipografia a chumbo, para dar dois passos em frente, no sentido de uma tipografia pós-digital.

O último título do Grafatório, uma edição de Diego Giménez, é um volume de Fernando Pessoa com o título Escrever é Esquecer, razão pela qual o IEB acolherá no próximo dia 2 de novembro, pelas 16h, na sua sala, uma sessão na qual quer esta mais recente publicação, quer o trabalho do Grafatório, serão objeto de apresentação e debate. Pelo Grafatório estará presente Felipe Melhado, que descreverá o processo de produção do Grafatório e do volume de Fernando Pessoa. A sessão contará também com a presença de Diego Giménez.

A sessão será presencial e serão atribuídos certificados de presença a quem os solicitar.

O cartaz da sessão é de Thales Estefani.

Salloma Salomão no IEB

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Amanhã, terça-feira (18 de outubro), pelas 19h, o IEB recebe a conferência “O Teatro Experimental do Negro”, por Salloma Salomão. A conferência abordará a trajetória do Teatro do Negro e de Abdias do Nascimento a partir da relação com a atividade artística do próprio Salloma, tendo em vista o contexto brasileiro.A sessão integra a Mostra São Palco 2022 Teatro Brasileiro em Portugal, uma amostra das
vias de criação teatral contemporânea brasileira.

Salloma Salomão Jovino da Silva é músico, performer, Doutor em História (PUC-SP) e
Pesquisador associado ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É consultor
da Secretaria de Educação do Município de São Paulo e tem como especialidades temas como
cultura musical, lutas pela liberdade, práticas culturais negras no século XIX e XX, identidades
étnicas e movimentos negros urbanos, sociabilidades negras em São Paulo e musicalidades
africanas. Dos trabalhos recentes, destacam-se Agosto na Cidade Murada (2018) e a trilha
sonora do filme Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, selecionado para o Festival
de cinema de Berlim e premiado no Festival de Cinema de Gramado em 2020.

A sessão será presencial.

IEBOM: o que é bom sempre começa

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Com periodicidade espaçada, mas regular, passará a ter lugar na sala do IEB, sempre a uma terça-feira entre as 13.30 e as 14.00, uma iniciativa intitulada IEBOM [ler E é bom!]. A iniciativa visa apresentar brevemente um aspeto da história, da cultura  e da literatura brasileira, em ambiente informal, enquanto se toma um cafezinho e se come um bolinho.

A primeira realização, a cargo de Elizama Almeida de Oliveira, estudante do programa de doutoramento em Materialidades da Literatura, visa apresentar algumas das fotos que integram o corpus fotográfico realizado por Marcel Gautherot na construção de Brasília. Segue-se o resumo da atividade:

IEBOM falar sobre Brasília

As fotos de Marcel Gautherot, feitas na década de 1950, mostram a construção da capital do Brasil, que hoje abriga a política e suas tensões. Projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, os edifícios curvilíneos foram erguidos no coração do país pelas mãos de trabalhadores conhecidos como candangos.

Sob a guarda do Instituto Moreira Salles (RJ), a série fotográfica feita por Gautherot capta o nascimento de Brasília e será comentada por Elizama Almeida, no dia 11 de outubro, às 13h30.

A fala abre a série IEBOM.

Mais informações sobre Marcel Gautherot:
https://ims.com.br/2017/06/01/sobre-marcel-gautherot/

O cartaz é de Thales Estefani.

É isso aí, gente: apareçam!

Grace dos Anjos no IEB

Grace dos Anjos, Professora de Língua e Literatura Latina da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), fará no próximo dia 4 de outubro, pelas 18h, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros, uma conferência intitulada “Foi vendido o peixe, e acastanha, q remetti a elles: sobre a perspectivação passiva do acontecer verbal em cartas comerciais manuscritas do século XIX”.

A Professora Grace dos Anjos leciona na UFAM, em nível de graduação e pós-graduação, disciplinas pertinentes à Variação Linguística, à Linguística Histórica do Português, ao Latim Clássico e à Literatura Latina. É coordenadora do Projeto de Pesquisa ‘Cartas dos séculos XIX e XX: organização de um corpus diacrónico do português registrado no Amazonas no período áureo da borracha’ e membro efetivo do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFAM. É Doutora em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Eis o resumo da conferência::

Para tratar do afrouxamento da concordância verbal (Fizeram-se as ultimas transações /não se sabe bem os motivos) em contexto de passivas sintéticas, considero 867 (oitocentas e sessenta e sete) correspondências trocadas entre os Araújo (família portuguesa, proprietária da maior empresa de aviamento dos tempos áureos da borracha) e os que viviam no interior amazônico ao longo dos anos de 1880 a 1889. De abordagem sociofuncionalista, meus estudos apontam, a exemplo do que propõe Carvalho (1990, p. 90), que, em razão da falta de clareza da passiva sintética, “em seu lugar, reina soberana, nas línguas românicas, a passiva analítica”.

A conferência será presencial. Serão atribuídos certificados de presença.

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“Sobre o ensino da literatura”: programa

Publicamos hoje o programa do evento presencial do próximo dia 30 no IEB-FLUC, Sobre o Ensino da Literatura:

9.30: Abertura

10.00: Ana Maria Machado e Rita Patrício, “Ensinar literatura para quê?”

11.30: João Dionísio e Osvaldo Manuel Silvestre, “Avaliação do mérito e crise das humanidades”

14.45: Abel Barros Baptista e Benedito Antunes, “O cânone em língua portuguesa”

16.30: Alcir Pécora e Rui Mateus, “Na sala de aula”

18.00: Encerramento

A jornada será presencial e não emitida em direto. Será, contudo, gravada e o podcast será difundido alguns dias depois.

O evento conta com o envolvimento dos Mestrados em Ensino do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas, do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, do Mestrado e do Doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa e ainda com o apoio do Centro de Literatura Portuguesa e do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas. Serão distribuídos certificados de presença.

Colóquio Sobre o Ensino da Literatura no IEB

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O Instituto de Estudos Brasileiros organizará, no próximo dia 30 de setembro, uma jornada intitulada SOBRE O ENSINO DA LITERATURA. A PARTIR DE PAULO FRANCHETTI. A jornada parte, como o título sugere, do recente livro de Paulo Franchetti Sobre o ensino da literatura (UNESP, 2021), funcionando também como ocasião para homenagear um colega que nos últimos anos colaborou em várias ocasiões com o IEB, dando conferências, aulas e cursos intensivos. Paulo Franchetti integrou também, por vários anos, a Comissão de Avaliação Externa do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, da FLUC.

Eis o texto descritivo do evento:

A disparidade entre a prática definidora de uma profissão – o ensino da literatura – e o volume de reflexão sobre essa prática manifesta-se, desde logo, na escassez de produção sobre o assunto, quando confrontada com a abundância de escrita sobre literatura. Esse é, aliás, um tópico inicial do recente livro de Paulo Franchetti, Sobre o Ensino da Literatura (2021), que também por essa razão funcionará como fonte e pretexto para a jornada de debate sobre a questão, que o Instituto de Estudos Brasileiros promoverá no próximo dia 30 de setembro, aproveitando para homenagear o trabalho do autor (visita recorrente no IEB nos últimos anos) no domínio dos estudos brasileiros e portugueses. O evento conta com o envolvimento dos Mestrados em Ensino do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas, do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, do Mestrado e do Doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa e ainda com o apoio do Centro de Literatura Portuguesa e do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas.

Participam na jornada os seguintes especialistas: Abel Barros Baptista (UNL), Alcir Pécora (UNICAMP) [por Zoom], Ana Maria Machado (Universidade de Coimbra), Benedito Antunes (UNESP-Assis) [por Zoom], João Dionísio (Universidade de Lisboa), Osvaldo Manuel Silvestre (Universidade de Coimbra), Rita Patrício (Universidade de Lisboa), Rui Mateus (Centro de Literatura Portuguesa).

A jornada decorrerá no formato de mesas-redondas dedicadas a quatro grandes temas:

  1. Ensinar literatura para quê?
  2. O cânone em língua portuguesa
  3. Avaliação do mérito e crise das humanidades
  4. Na sala de aula

O evento será basicamente presencial, ainda que contando com algumas participações online, e será objeto de gravação sonora. O podcast do evento será posteriormente difundido. Serão atribuídos certificados de presença.

A realização do cartaz do evento é de Thales Estefani.

Telefone sem fio/estragado: um balanço

 

Buscando produzir uma ação que interrompa (simbólica e factualmente) os elos da transmissão parafrástica dos lugares comuns da historiografia modernista, o Grupo de Estudos da Deriva realizou nos dias 17 e 18 de maio, no Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, um jogo de telefone sem fio/estragado com “O Movimento Modernista”, conferência de Mário de Andrade proferida em 1942 e base da história monumental do modernismo paulista/brasileiro (ver post anterior neste site).

Como o Grupo já tinha atestado em ação prévia, o logos não é facilmente desmobilizável – seja embaralhando um texto, como já foi tentado (https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v1i26p190-209), seja transmitindo-o num circuito pensado para o deturpar, como foi o caso agora. À questão do logocentrismo, somam-se também questões de ordem tecnológica, e os resultados obtidos foram variáveis, desde trechos pouco alterados no fim da cadeia de transmissão telemática-sussurrante até trechos com sentido bastante deturpado. O texto final completo será publicado em momento oportuno. Continue reading

O design do IEB por Ana Sabino: 2014-2021

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O colóquio DESBUNDADOS E PORRALOUCAS incluirá, na sua programação paralela, uma exposição dos cartazes elaborados por Ana Sabino para o Instituto de Estudos Brasileiros no período de 2014 a 2021. A exposição será inaugurada na manhã do dia 20, com a presença da designer. Para essa exposição, Ana Sabino escreveu um texto que transcrevemos aqui:

O MODELO

[modelo de cartaz com grelha visível— Hilda]

Foi no dia 24 de novembro de 2014 que nasceu o primeiro cartaz, o cartaz-modelo, anunciando um curso de Tupi moderno. Limpo, escorreito, com espaço para texto numa grelha suficientemente flexível para futuras variações, dando primazia à imagem, em baixo, num formato quadrado. Com cor, mas apenas uma. Não só por uma questão de parcimónia — mais até por uma questão de força. A realidade em volta do cartaz terá todas as cores; restringir essa oferta é uma forma de destacar (separar, distinguir) o que está dentro do cartaz daquilo que está fora. Além de que dá imenso jeito para disfarçar a eventual falta de qualidade em futuras imagens… que é algo sempre previsível neste tipo de trabalhos. 

Nasceu apressado, mas veio em bom dia. Ao longo das suas multiplicações foi-se ajustando aos vários conteúdos, à disponibilidade das imagens, ao tempo e disposição da designer. Como constante, uma encomenda sempre respeitosa, estruturada, clara e não raramente criativa e estimulante — atributos que qualquer designer dá graças por ter numa encomenda. Foram essas características, sem dúvida, que mantiveram esta troca durante sete anos, entre 2014 e 2021.  Continue reading

O Movimento Modernista, telefone sem fio/telefone estragado

Sala do Instituto de Estudos Brasileiros/Universidade de Coimbra
17 e 18 de maio/2022
a partir de 12:30 (PT), 8:30 (BR)
Streaming ao vivo:
https://bit.ly/3yI5aso

Proposição

“O Movimento Modernista”, conferência proferida por Mário de Andrade em 1942 e publicada em livro no mesmo ano (depois reunida em Aspectos da literatura brasileira), forma e informa o que se entende por “modernismo brasileiro”, constituindo mesmo a doxa da modernidade artística e literária do início do século XX no Brasil. É possível dizer que se trata de peça-chave da história, da historiografia, da mitologia e da mitografia do modernismo brasileiro. Além disso, o texto organiza um conjunto de critérios, já originalmente normativos, para a criação e avaliação de uma cultura nacional (com pretensão universalista). Sem que o texto seja explicitamente referido, seus argumentos principais estão sempre presentes tanto em manuais e em discursos normalizadores a respeito do modernismo brasileiro quanto em discursos críticos de reavaliação. Aliás, o texto inaugura a prática (apenas aparentemente paradoxal) da comemoração triunfalista do modernismo por meio de sua reavaliação crítica, o que pode ser observado agora em curso durante as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. O propósito desta performance é substituir esse jogo de cartas marcadas por um outro jogo. Um que faça com que o texto continue sendo repetido, mas agora com ruídos e deturpações. A ideia é instaurar artificialmente uma situação na qual o texto circule à deriva, em contraposição à sua normalização parafrástica. Inspirando-se em um dos Jogos de arte de Regina Silveira da década de 1970 (mais precisamente a ação Jogo do segredo – alterações em definições de arte, realizada em 1977 no MAC/USP), propõe-se um jogo de telefone sem fio com o texto integral da conferência de Mário.

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