A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL: programa

Publicamos hoje o programa do colóquio A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL, Colóquio Internacional, a ter lugar a 6 e 7 de junho próximos, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC.

Terça-feira, 6 de junho de 2023

9:30: ABERTURA

10:00: Fabio Akcelrud Durão: “Três Ideias sobre a Teoria Literária no Brasil”

10:40: Matheus de Brito: “Formação da Literatura Brasileira numa outra chave”

11:40: Pausa para café

12:00: Marcos Natali: “Poética e erótica da discórdia na teoria literária brasileira”

13:15: Almoço

15:00: Nabil Araújo: “A questão da teoria/A teoria em questão (Diálogos com Luiz Costa Lima)”

15:40: Osvaldo Manuel Silvestre: “Teoria, filosofia ou subprodutos? Uma indagação metateórica da obra de Luiz Costa Lima”

16:40: Pausa para café

17:00: Alva Martínez Teixeiro: “A importância da palavra do meio: Arte e Literatura no Brasil” Continue reading

A Queda do Céu: o IEB no Dia Aberto da FLUC

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No próximo dia 19 de abril, a FLUC comemora o seu Dia Aberto. Explorando a coincidência de esse dia ser no Brasil o Dia dos Povos Indígenas, o IEB assinala a data abrindo a sua sala para um evento que durará todo o dia e que terá o título geral A Queda do Céu, remetendo para o livro de Bruce Albert e Davi Kopenawa, que será exposto na mesa grande do IEB, podendo ser consultado pelos visitantes. Além disso, por generosa cedência da galeria Vermelho, galeria da fotógrafa Claudia Andujar, que fez ao longo de décadas fotos dos Yanomami, serão expostas algumas das suas fotos mais emblemáticas, bem como palavras, frases e textos em tupi, acompanhadas da sua tradução para português.

Serão ainda exibidos dois filmes, seguidos de debate:

Índio cidadão? (2014) – de Rodrigo Siqueira, 52 min (início às 10h30m)

Sinopse: O filme apresenta um resgate histórico audiovisual da participação do movimento indígena na Assembleia Nacional Constituinte (1987-88) e entrevistas com memórias dos coordenadores da União das Nações Indígenas – Ailton Krenak e Álvaro Tukano – e de lideranças que participaram ativante dessa mobilização como Davi Kopenawa, Mario Juruna, Moura Tukano, Paulo Paiakan, Pirakumã Yawalapiti e Raoni Metuktire. O momento marcante deste processo é a intervenção de Ailton Krenak no Plenário em defesa da emenda popular com a proposta de capítulo dos direitos dos Povos Indígenas.

A última floresta (2021) – de Luiz Bolognesi, 76 min (início às 14h)

Sinopse: O xamã Davi Kopenawa Yanomani tenta manter vivos os espíritos da floresta e as tradições, enquanto a chegada de garimpeiros traz morte e doenças para a comunidade, que fica localizada em um território Yanomani, isolado na Amazônia. Os jovens, contudo, ficam encantados com os bens trazidos pelos brancos.

Além desta programação serão ao longo do dia ouvidas músicas e canções de algum modo relacionadas com os povos indígenas brasileiros.

O Instituto de Estudos Brasileiros terá muito gosto em contar com a sua visita.

A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL: texto de referência

O texto de referência do colóquio A Teoria da Literatura no Brasil, a ter lugar na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC a 6 e 7 de junho próximos, será o seguinte:

A introdução da disciplina da Teoria da Literatura no Brasil remonta, como é sabido, à década de 1950, quando Afrânio Coutinho, ex-aluno de René Wellek, propôs a sua criação na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade do Estado de Guanabara, depois designada Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Entendida então como disciplina propedêutica ao estudo da “Ciência da Literatura”, tal conceção viria a conflituar com outra, que passou a dominar a disciplina ao longo dos anos 60 e 70, anos da sua expansão curricular, para a qual a Teoria da Literatura seria antes, nas palavras de Luiz Costa Lima em 1975, a “suma dos estudos literários”, conceção que viria a coincidir com o apogeu do estruturalismo na universidade brasileira. O triunfo desta segunda conceção, que se prolonga pela década de 80, acusará, contudo, desde cedo, um processo de desagregação induzido pelas várias correntes pós-estruturalistas, sendo a mais vincada a Desconstrução, a que se seguirão os efeitos (des)concertados do Feminismo e dos Queer Studies, bem como dos Estudos Culturais, culminando quer nas querelas identitárias em torno do cânone, quer na desvalorização do capital cultural da literatura.

Este processo viveu no Brasil paredes meias com formas de pensamento teórico que, provenientes de outras áreas do estudo da literatura – em particular, a orientação sociológica do trabalho de Antonio Candido, com as noções de “sistema”, na Formação da Literatura Brasileira, e de “estrutura”, posteriormente – neutralizaram sem problemas aparentes o conflito novecentista entre Teoria e História da Literatura, o que permitiu relançar, por mais algumas décadas, as condições de possibilidade da narração da História da Literatura Brasileira, muitas vezes em versão comparatista. Continue reading

A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL: colóquio internacional

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Nos próximos dias 6 e 7 de junho terá lugar na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC um colóquio internacional com o título A Teoria da Literatura no Brasil. O colóquio reunirá os seguintes especialistas:

Brasil
Emilio Maciel (UFOP)
Fabio Akcelrud Durão (UNICAMP)
João Cézar de Castro Rocha (UERJ)
Marcos Natali (USP)
Matheus de Brito (UERJ)
Nabil Araújo (UERJ)

EUA
André Corrêa de Sá (UCSB)

Espanha
Pedro Serra (USAL)

Portugal
Alva Martinez Teixeiro (UL)
Carlos Reis (UC)
Joana Matos Frias (UL)
Osvaldo Manuel Silvestre (UC)
Ricardo Namora (CLP)

O colóquio é uma iniciativa conjunta do Instituto de Estudos Brasileiros e do Centro de Literatura Portuguesa (CLP), com apoio ainda da Fundação Eng.º António de Almeida, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos (CIEC) e do DLLC.

O volume 14 (2024) da Revista de Estudos Literários, do CLP, organizado por Osvaldo Manuel Silvestre (UC) e Diego Giménez (CLP), será dedicado ao tema do colóquio, podendo a Chamada para Artigos ser lida aqui.

O cartaz do evento é de Thales Estefani.

O IMAGINÁRIO MESTIÇO na Literatura Brasileira: curso breve por Talles Faria

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Nos próximos dias 12 e 13 de abril Talles Faria dará um curso breve no Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC sobre o tema da mestiçagem na literatura brasileira. Talles Faria é Doutor em Modernidades Comparadas: Literaturas, Artes e Culturas pela Universidade do Minho, com uma tese intitulada “O Sertão e a Montanha: Imagens de Minas Gerais entre os séculos XVIII e XX”, e mestre em Estudos Literários e graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atua nas áreas de literatura brasileira, teoria da literatura e filosofia.

A descrição do curso é a seguinte:

O curso abordará a presença de um imaginário mestiço na literatura brasileira, com base na literatura produzida a partir do estado de Minas Gerais, a partir dos elementos e dos seres fantásticos, folclóricos, sobrenaturais e mitológicos convocados pelos textos de Cláudio Manuel da Costa, Bernardo Guimarães, Afonso Arinos, Cornélio Penna e João Guimarães Rosa.

O curso decorrerá na sala do IEB, a 12 e 13 de abril, entre as 16h-19h. Serão atribuídos certificados de presença.

Régis Bonvicino na FLUC

Regis_Bonvicino_2022

Régis Bonvicino, importante poeta brasileiro, estará amanhã na FLUC para uma sessão sobre o seu novo livro, A Nova Utopia. A obra de Bonvicino foi reunida em 2010 no volume Até Agora, que colige a sua produção entre 1975 e 2006. Após essa reunião, o poeta editou Estado Crítico, em 2013, e, em 2020, Deus devolve o revólver, libreto editado ao mesmo tempo que o álbum produzido por Rodrigo Dário, músico e designer, no qual Bonvicino diz poemas acompanhado por uma barragem sonora que configura uma experiência definida por Alcir Pécora, no seu prefácio, como “poesia eletrónica heavy” (o álbum pode ser ouvido no YouTube e noutras plataformas). O livreto integra agora A Nova Utopia.

Régis Bonvicino dirige também, há vários anos, uma importante revista de poesia online, a Revista de Poesia e Crítica Literária Sibila. Tudo isto são razões mais que suficientes para os interessados na poesia brasileira contemporânea se deslocarem amanhã, pelas 15h, ao Anfiteatro III da FLUC, no 4º piso.